O tema da Responsabilidade Social Empresarial no País não é novo, contando o Brasil com um número grande de empresas dispostas a cumprirem com um papel de agente transformador na sociedade. Exemplos não faltam.

As ações geralmente enfocam em apoio para a melhoria da gestão das instituições de ensino público, apoio a programas de excelência de gestão e ao empreendedorismo — vários deles aliás em parceria com o Sistema SEBRAE há mais de duas décadas — e campanhas solidárias de apoio às comunidades mais frágeis.

O Instituto Ethos considera que para efeito prático, Responsabilidade Social Empresarial é cuidar da qualidade dos relacionamentos da empresa com os seus diversos públicos e dos impactos econômicos, sociais, ambientais e culturais de suas atividades. Significa dizer que talvez empresas de diversos portes estejam praticando ações responsáveis até sem saber. Sua pequena empresa também, veja se estes exemplos abaixo são ou já foram feitos por sua empresa:

• Campanhas de apoio a promoção da cidadania nas comunidades no entorno da empresa, contando com a participação ativa dos colaboradores da empresa, e por vezes com participação ativa dos clientes e fornecedores nestas campanhas;
• Implantação de uma cultura interna de transparência com os colaboradores, em relação aos resultados da empresa no mercado e os impactos no desenvolvimento pessoal e profissional dos colaboradores.
• Elaboração de códigos de conduta e comportamento ético no trato com fornecedores.

E nesse neste momento de crise?

Faz sentido no momento de crise atual uma pequena empresa pensar em realizar ações sociais?

Sim, faz todo o sentido. Isto porque empresas responsáveis ampliam em muito sua esfera de influência e relevância na sociedade, e os resultados econômicos e sociais ficam evidentes. Afinal de contas quem não quer se aproximar e fazer negócios com empresas que inspiram confiança? Empresas que inspiram confiança são aquelas que:

1.agem sempre em conformidade legal;

2.comunicam claramente para seus clientes, colaboradores e fornecedores acerca dos seus valores de honestidade, tratamento justo e integridade;

3.mantém diálogo e auxílio prático (dentro das suas capacidades) junto a associações de mão-de-obra, organizações comunitárias etc.

Naturalmente que, em momentos de crise com extensão ate então imprevisíveis como a atual de 2020, as empresas responsáveis estão agindo não apenas por mera expectativa de construção de uma reputação da marca, estão agindo porque seus sócios, colaboradores, fornecedores e terceirizados pensam de modo claro sobre equidade social, e portanto buscam fazer sua parte para que todos tenham possibilidades de igualdade, tratamento justo e uma vida melhor.

De acordo com o divulgado recentemente pelo Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis, em uma iniciativa da Rede D’or, o Instituto por meio de cinco empresas associadas – Ipiranga, Shell, Raízen, Chevron e Repsol Sinopec Brasil, está contribuindo com recursos financeiros para a construção de um hospital de campanha no Rio de Janeiro, que será destinado exclusivamente para receber até 200 pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) diagnosticados com COVID-19.

Informa o IBP que a construção durará 30 dias com expectativa de que o hospital funcione por uma campanha de quatro meses. Além de ajudar na questão da saúde a ação está gerando neste momento cerca de 1 mil empregos diretos e indiretos. Em São Paulo, Ambev, Gerdau e Hospital Israelita Albert Einstein, estão também apoiando na montagem de 100 leitos que atenderão ao público exclusivamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

E as pequenas?

Pequenas empresas também estão contribuindo fortemente. Sua empresa pretendendo iniciar uma ação de responsabilidade social agora neste momento deve:

(i) definir o orçamento possível de acordo com a ação planejada;

(ii) designar um responsável por acompanhar a ação social;

(iii) documentar os resultados pois isto servirá de aprendizado para ser partilhado e para ajudar no planejamento de ações futuras.

E as MPEs que estão dando exemplo são aquelas que neste momento:

• estão em contato com o contador e com o Sistema SEBRAE para verificar as ações de curto prazo para proteger o caixa da empresa e assim poder manter seus compromissos com colaboradores e fornecedores;
• e, aquelas habilitadas de acordo com as regras de cada município relativas à essencialidade do serviço e, portanto, operando, estão agindo responsavelmente ao:

a) não realizar ajustes de preços de modo indevido ao consumidor;

b) não realizar qualquer tipo de especulação com mercadorias essenciais;

c) discutir novos prazos de recebimento com clientes e novos prazos de pagamento com seus fornecedores, sempre sem perder de vista a questão do tratamento justo;

d) oferecer as garantias de saúde e segurança aos colaboradores que estão em campo e aos que estão em home office;

e) apoiar na questão da segurança alimentar das suas comunidades do entorno, sempre seguindo as recomendações das autoridades sanitárias e de saúde do município onde atuam.

As pequenas empresas estão tendo ideias e aproveitando a agilidade que tem, pondo em prática estes dois pontos citados acima e outros como:

• compartilhamento de espaços;
• troca de ferramentas;
• compartilhamento de informações sobre saúde e segurança, inclusive segurança da informação;
• permutas;
• doação de excedentes em condições de uso;
• reaproveitamento de material, dando exemplo no combate ao desperdício de água e de energia;
• e acima de tudo, agindo em conformidade legal e com valores de transparência.

São empresas que sairão melhores da crise, mais resilientes e com sócios e colaboradores conscientes de que fizeram tudo o que estava ao seu alcance!

Fonte: https://sebraeinteligenciasetorial.com.br/produtos/noticias-de-impacto/como-fazer-acoes-sociais-neste-momento-de-crise-sua-empresa-tem-condicoes-para-realizar-tal-acao/5ea099e17bb6781900c7ca25